segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tecnologia a favor da sétima arte


A produção cinematográfica contemporânea tem recorrido com freqüência à elaboração de filmes sem a utilização de câmeras. E partindo deste princípio Gabriel Mascaro fez seu mais recente trabalho, As aventuras de Paulo Brusck. Que integrará a mostra competitiva na XV edição do Cine PE, após participação em vários festivais e mostras em Recife e no Brasil. É de Gabriel a direção de Um lugar ao sol, Avenida Brasília Formosa, KFZ 1348 e Galo da Madrugada.
O cineasta teve seu projeto aprovado pela Fundaj, antes mesmo de ter um roteiro. Também tinha a ideia central do filme, o trabalho do vídeoartista Paulo Bruscky. Mas como mostrar em um documentário a forma de fazer arte de um artista que se recusa a gravar? Esse foi o desafio do cineasta.
Escolhendo a internet como suporte, Gabriel fez seu documentário no Second Life. Mostrando a entrada de Bruscky no mundo virtual e seu encontro com ele. No filme, Gabriel é um ex-cineasta que agora ganha à vida fazendo vídeos de casamentos, aniversários e documentários. O recém chegado decide fazer um documentário mostrando suas aventuras pelo Second Life. E é entre conversas sobre arte contemporânea e a vida virtual do velho artista que o filme desenrola. 
  Para a dublagem de Bruscky, Gabriel fez uma pesquisa entre emissoras de rádio e TV, a procura de áudios do artista. Após ouvir e selecionar tudo o que havia conseguido, partiu para a montagem do dialogo. Com o filme montado ele mostrou para o artista que adorou. Para melhorar a qualidade sonora do filme, Bruscky topou regravar todo o áudio do filme.

Cena do curta "Aventuras de Paulo Bruscky"

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Animação, uma linguagem universal

Por Jéssica Lins, Jéssica Machado e Raquel Freitas 

Formado em Jornalismo pela UERJ, mas apaixonado por desenho, o carioca Zé Brandão ingressou no mundo da animação há dez anos. Hoje é sócio do Copa Studio, diretor e produtor de uma das séries premiadas na 3ª edição do Anima TV, o TROMBA TREM, série que conta a história de um elefante asiático sem memória, uma tamanduá vegetariana e uma colônia de cupins que pensam ser de outro planeta. 

A série de dois episódios estreia no próximo domingo, 17 de abril às 12h30, na TV Brasil. E na TV Cultura, no sábado 23 de abril às 11h30. Será exibido o segundo episódio da animação, já que o primeiro foi exibido algumas vezes no ano passado. Mas para quem não viu ou não lembra do primeiro episódio, sem problemas, pode assistir pelo Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=YLpSfeA2Gt4). O Tromba Trem é uma série em que cada episódio é independente. O que não vai deixar o telespectador confuso em ver só o segundo episódio. 



Em visita às Faculdades Integradas Barros Melo para realização de um workshop em comemoração ao Dia Internacional da Animação, Zé Beltrão nos concedeu uma entrevista.

Sonho ou Não Como foi o processo criativo da série Tromba Trem?
Zé Brandão A idéia começou de uma maneira bem boba. Fizemos um joguinho com vários papéis dentro de uma caixa, e eu puxei os nomes “trem”, “elefante”, e o outro nome, não me recordo, foi algo do tipo… vegetariano. Daí criamos uma história de um elefante que perdeu a memória viajando num trem pela América do Sul, em companhia de uma tamanduá vegetariana e de uma colônia de cupins que pensam ser do outro mundo. 

SN Quanto tempo leva a produção de uma série como esta?
Zé Brandão Bom, nós recebemos um prazo de doze meses para fazer doze episódios, mas isso não significa que fazemos um episodio a cada mês. O prazo é muito curto, levando em consideração o tamanho da equipe que temos.

SN Quantas pessoas compõem a equipe? 
Zé Brandão A nossa equipe é de 22 pessoas, entre diretores de arte, animação…

SN A premiação do Anima TV foi de R$ 950 mil. Foi suficiente para produzir o Tromba Trem?
Zé Brandão Antes de começar a animação nós já sabíamos o valor da premiação. O valor é pequeno, nós tivemos apenas um terço do que se gasta fora do Brasil, mas conseguimos nos adequar. Fizemos questão de pagar todos envolvidos no projeto, mesmo que abaixo do preço de mercado. Procuramos pessoas que quisessem fazer animação.

SN Qual o intuito da série?
Zé Brandão Mostrar os lugares da América do Sul com um olhar diferente, já que temos um elefante asiático, onde tudo para ele é novo, um tamanduá, e uma colônia de cupins.  Os animais em tamanhos diferentes mostram os lugares por três perspectivas. O elefante que é um animal super grande, o tamanduá da altura de uma criança e os cupins que são micros, mostrando as cenas de acordo com a visão dos animais.

SN Durante a produção da série foi pensado o público alvo?
Zé Brandão No caso do Anima TV a gente já sabia que a animação tinha que ser para crianças de 6 a 14 anos. Optamos por produzir o Tromba Trem para a faixa etária de 6 a 8 anos. O que não restringe o programa para crianças… um adulto quando vê, se diverte. A gente pensa na criança, lembrando que temos uma criança que está dentro da gente.

SN Qual a importância do Anima TV para a animação nacional?
Zé Brandão É uma forma inovadora de incentivar a animação no Brasil, nem no exterior encontramos o apoio do estado. O Anima TV incentiva as séries, treina pessoas pelo país, que hoje estão aptas a trabalhar na área, e premia com pilotos.

SN O que você acha do mercado pernambucano para animação?
Zé Brandão Eu não me sinto confortável para falar a respeito do mercado pernambucano especificamente, mas acho que Pernambuco tem um grande potencial, já que aqui é um dos únicos estados que tem um curso superior de Cinema de Animação, como na Barros Melo. Antes mesmo do meu grande amigo Silvio Ribeiro vir trabalhar na Barros Melo eu já conhecia o estúdio de animação (BAM STUDIO)  por diversos trabalhos, como o vídeo Voltage.

SN Há planos futuros para o Tromba Trem?
Zé Brandão Os planos são de na segunda temporada fazer a série nos moldes internacionais, e financiá-la com a venda da primeira temporada, já que muito dificilmente uma série de animação se sustenta só com o mercado nacional. Só com a venda no exterior é que se pode dar continuidade, o que não significa negar suas raízes, pelo contrário, você deve usar elementos de sua cultura, isso é um atrativo.





quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para o Sport não ter mais espinhos no gramado

Pai Carlos estava tranquilo. Ele havia conseguindo alguma publicidade ao negociar com o Sport o pagamento de uma dívida que o time tinha com Exu. Em 2008 o rubro-negro ganhou a Copa do Brasil e esqueceu de quitar o débito com o babalorixá. Depois de paga, a oferenda, os caminhos do time pernambucano se abriram. O time já havia ganhado uma partida, o que fazia do Pai Carlos um negociante eficiente. Mas também virou alvo de chacotas, tem quem diga que o leão deixou de ser o mascote do clube, agora seria um búfalo. Mesmo a dívida tendo sido paga com um boi.


Na Cadetral de Iansã, os jogos do Sport se tornaram um evento. Moradores das redondezas se amontoavam para assistir aos jogos ao lado do Pai Carlos, que curtia seus 5 minutos de fama. O Pai Celebridade. O segundo jogo após a quitação da divida espiritual aconteceu em Caruaru. O time do leão enfrentou o Central, no Luiz Lacerda. A vitória rubro-negra coroou o bom desempenho do Pai Carlos. O time conquistou os três pontos que precisava para voltar ao G4 do Campeonato Pernambucano.

Este foi um jogo teatral. Em que o vencedor fez por onde merecer a vitória. Esquecendo o lado espiritual da coisa. O Sport teve um bom desempenho nos 90 minutos de jogo, somados aos 4 de acréscimos. E aos oito minutos de jogo puderam ser ouvidos gritos de comemoração vindos de um terreiro no bairro do Jordão Baixo, era o Pai Celebridade e seus filhos comemorando o gol de seu time protegido. Vitor havia feito uma boa jogada à direita cruzando de cabeça para Germano, que fez o gol tão festejado.

Mesmo saindo na frente da patativa do Agreste, o time recifense não aliviou. E Carlinhos Bala soltando uma bomba no ângulo esquerdo marcou mais um gol. Causando mais uma vez gritos de euforia no bairro do Pai Celebridade. O Central ensaiou uma reação, mas o Sport estava bem posicionado.

A chuva já se fazia presente no Luiz Lacerda e no segundo tempo se intensificou, dificultando a vida dos jogadores. Mas não foi suficiente para impedir o Central de fazer um golzinho. E um grito de ahhhhh deu lugar aos gritos de comemoração. E a patativa ainda faria mais um. Wilson Surubim, em uma cobrança de falta não deu chance de Magrão defender. Um pênalti de Germano em Danilo Pitibull foi perdido. Magrão desta vez caiu bem e fez a defesa, para a felicidade dos religiosos. Isto aí, o trabalho do Pai Carlos havia dado certo.

O atacante do Centra, Harley foi expulso ao agredir Germano. Ainda havia espaço para mais um gol, que ficou para Vitor, que jogou no canto direito. O time místico do Recife ganhava com vantagem, quando em uma cobrança de falta ensaiada, já nos 45 do segundo tempo, Wilson Surubim diminui a vantagem rubro-negra.

Fim de jogo. 3 x 2 para o Sport. E pode-se dizer que dessa vez por mérito dos jogadores. O Pai Celebridade foi só um detalhe.



- Este texto é uma crônica, com base em uma notícia, mas com personagens fictícios.