quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para o Sport não ter mais espinhos no gramado

Pai Carlos estava tranquilo. Ele havia conseguindo alguma publicidade ao negociar com o Sport o pagamento de uma dívida que o time tinha com Exu. Em 2008 o rubro-negro ganhou a Copa do Brasil e esqueceu de quitar o débito com o babalorixá. Depois de paga, a oferenda, os caminhos do time pernambucano se abriram. O time já havia ganhado uma partida, o que fazia do Pai Carlos um negociante eficiente. Mas também virou alvo de chacotas, tem quem diga que o leão deixou de ser o mascote do clube, agora seria um búfalo. Mesmo a dívida tendo sido paga com um boi.


Na Cadetral de Iansã, os jogos do Sport se tornaram um evento. Moradores das redondezas se amontoavam para assistir aos jogos ao lado do Pai Carlos, que curtia seus 5 minutos de fama. O Pai Celebridade. O segundo jogo após a quitação da divida espiritual aconteceu em Caruaru. O time do leão enfrentou o Central, no Luiz Lacerda. A vitória rubro-negra coroou o bom desempenho do Pai Carlos. O time conquistou os três pontos que precisava para voltar ao G4 do Campeonato Pernambucano.

Este foi um jogo teatral. Em que o vencedor fez por onde merecer a vitória. Esquecendo o lado espiritual da coisa. O Sport teve um bom desempenho nos 90 minutos de jogo, somados aos 4 de acréscimos. E aos oito minutos de jogo puderam ser ouvidos gritos de comemoração vindos de um terreiro no bairro do Jordão Baixo, era o Pai Celebridade e seus filhos comemorando o gol de seu time protegido. Vitor havia feito uma boa jogada à direita cruzando de cabeça para Germano, que fez o gol tão festejado.

Mesmo saindo na frente da patativa do Agreste, o time recifense não aliviou. E Carlinhos Bala soltando uma bomba no ângulo esquerdo marcou mais um gol. Causando mais uma vez gritos de euforia no bairro do Pai Celebridade. O Central ensaiou uma reação, mas o Sport estava bem posicionado.

A chuva já se fazia presente no Luiz Lacerda e no segundo tempo se intensificou, dificultando a vida dos jogadores. Mas não foi suficiente para impedir o Central de fazer um golzinho. E um grito de ahhhhh deu lugar aos gritos de comemoração. E a patativa ainda faria mais um. Wilson Surubim, em uma cobrança de falta não deu chance de Magrão defender. Um pênalti de Germano em Danilo Pitibull foi perdido. Magrão desta vez caiu bem e fez a defesa, para a felicidade dos religiosos. Isto aí, o trabalho do Pai Carlos havia dado certo.

O atacante do Centra, Harley foi expulso ao agredir Germano. Ainda havia espaço para mais um gol, que ficou para Vitor, que jogou no canto direito. O time místico do Recife ganhava com vantagem, quando em uma cobrança de falta ensaiada, já nos 45 do segundo tempo, Wilson Surubim diminui a vantagem rubro-negra.

Fim de jogo. 3 x 2 para o Sport. E pode-se dizer que dessa vez por mérito dos jogadores. O Pai Celebridade foi só um detalhe.



- Este texto é uma crônica, com base em uma notícia, mas com personagens fictícios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário