sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Nem só de concertos é feita a MIMO


Pelo segundo ano a MIMO exibirá filmes

Se engana quem pensa que na Mostra Internacional de Música de Olinda, a MIMO, só se tem consertos musicais, também é possível assistir a boa e crescente produção cinematográfica sobre música. O “Cinema Panorama Brasil” apresentou durante o festival 15 filmes, sendo 10 curtas e 5 longas. Com curadoria de Lu Araújo e Rejane Zilles, as exibições movimentaram, entre os dias 7 e 11 de setembro, o Seminário de Olinda e a Igreja da Sé. Um público diversificado se fez presente nas sessões e puderam aproveitar não só bons filmes, mas também o belo céu, já que as exibições acontecem ao ar livre, que se fez presente em todas as noites do festival. O clima de cinema de rua deixava os espectadores a vontade, em especial as crianças que corriam e brincavam durante os filmes, mesmo isto atrapalhando aqueles que queriam concentração para curtir os documentários.

Quem abriu as exibições da mostra foi Concerto para Heloísa. O documentário mostra a organização de um festival de música que aconteceu em uma casa no Pacaembu, São Paulo, com o intuito de arrecadar dinheiro para financiar o isolamento acústico da casa do baterista de quatro bandas, o Biel. A Heloísa do título do curta é a vizinha que é aperriada pelos ensaios de Biel. Outro curta da noite foi O Mar de Lia , com direção de Hanna Godoy, o filme fala sobre a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá. As constantes cenas de praia e a voz calma da cirandeira, que é usada em voz-over no vídeo, transmitem uma paz tremenda aos espectadores, que ao fim da exibição aplaudiram entusiasmados. Já o pátio da Igreja da Sé foi pequeno para aqueles que queriam assistir a pré-estreia, em Pernambuco, de Filhos de João, o admirável mundo novo baiano. O filme de Henrique Dantas conta histórias dos Novos Baianos, mostrando a importância de João Gilberto na vida dos integrantes da banda. No documentário, depoimentos e imagens de arquivos daqueles que formavam os Novos Baianos, com exceção de Baby do Brasil, que gravou depoimentos, mas depois não autorizou a veiculação.

Também teve destaque na programação do ‘Cinema Panorama Brasil’ os longas Daquele instante em diante, de Rogério Velloso, que conta a história do cantor Itamar Assupção, e Canções do exílio: a labareda que lambeu tudo, Geneton de Moraes Neto, que mostra Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé falando sobre a ditadura. Ambos têm em comum a escolha por depoimentos e imagens de arquivos.

Público educado para uma música de qualidade


Não só os artistas se destacaram na abertura da 8º edição da MIMO

A abertura oficial da MIMO ficou por conta da dupla Vincent Segal e Ballaké Sissoko, que se apresentaram na Igreja da Sé na quarta-feira, 07/09. Eles fizeram um dueto, Segal é francês e se apresentou toucando violoncelo, enquanto Sissoko, que é de Mali, tocava a sua Kora. O atraso para o começo do concerto irritou o público, mas não foi suficiente para tirar a emoção deles quando a apresentação começou.

Aliás, o publicou que lotou a Igreja da Sé merece destaque, já que mantiveram comportamento exemplar durante todo o concerto. Era visível em seus rostos o fascínio que a dupla estava exercendo sobre eles. Estava presente na Igreja da Sé, o governador do estado, Eduardo Campos, acompanhado de sua esposa, Renata Campos.

Vicent Segal ainda fez uso de seu enrolado português para explicar aos seus espectadores as músicas e o seu dueto com Ballaké.

O público que assistia atentamente ao concerto foi efusivo e caloso quando o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos subiu ao palco para junto com Segal e Sissoko tocarem Asa Branca, de Luiz Gonzaga.  O percussionista se apresentou tocando berimbau. Este foi um excelente fim para a apresentação, que durou pouco mais de uma hora. E um ótimo começo para a MIMO, um evento que lotou a Igreja da Sé.

sábado, 2 de julho de 2011

O erudito com um som popular


Com a reabertura do estúdio de áudio da AESO os professores contam com uma boa opção para suas aulas práticas. Aproveitando essa estrutura o professor Cláudio Moura, que ensina a disciplina de Praticas de Produção Fonográfica, trouxe na última sexta-feira, 20, o Octeto Brasilis para gravar no estúdio. Grupo formado por alunos e professores do Conservatório Pernambucano de Música – CPM, que tocam clarinete, fagote, oboé, clarone, trompa e flauta. A ideia de Cláudio foi trazer instrumentos não usuais, para aplicar as técnicas de microfonação, aprendidas pelos alunos do curso de Produção Fonográfica da instituição.

O Octeto Brasilis existe a pouco mais de um ano. E segundo Cláudio o grupo musicalmente já está pronto.  O trabalho deles é contrastante, formado por músicos que tocam instrumentos eruditos, mas com um repertório popular, com destaque para música nordestina.  Maracatu, frevo, choro e baião são alguns dos ritmos tocados pelo Octeto. Daí o nome do grupo Octeto Brasilis, onde o Brasilis significa a pluralidade musical do país e do Octeto.

A formação é de amigos e ex-alunos de Carlos Antônio, líder do octeto, que resolveram se juntar para dar uma nova cara à música erudita. Na flauta Karen Dantas e Ecenilson Dias, clarinete Carlos Antônio e Gabriela, Oboé Maria Santos; fagote Marcílio; trompa Edson Pedro e clarone Edileusa Tavares.
Com um projeto de gravar um CD pré-selecionado pelo Funcultura, ‘“Octeto Brasilis” e o segredo da música de Dimas Gonzagão’. O Octeto pretende fazer uma formação erudita com o acréscimo da percussão. Carlos fala que ainda não existe repertório para esta formação. E que o objetivo principal deles é a qualidade sonora, alcançada através da pesquisa.

A economia pernambucana é impulsionada pelo comércio


O desenvolvimento em Pernambuco passa pelo reconhecimento de todas as suas áreas de influência

A inflação em baixa e controlada, o crescimento do PIB, as políticas de crescimento do salário mínimo e políticas compensatórias de renda, vem consolidando a economia brasileira. Isto vem dando um maior poder de compra aos grupos de baixa renda e impulsionando o comércio.
E em entrevista ao ASPAS, Urbano Cabral, Coordenador do Centro de Pesquisa (Cepesq) da Fecomércio-PE, falou sobre como anda o comércio Pernambucano. Urbano Cabral é economista e aluno do PADR/UFRPE/Programa de Pós-graduação em Administração e Desenvolvimento Rural.

Aspas – Como vem se desenvolvendo o comércio pernambucano?
Urbano Cabral – O comércio varejista da Região Metropolitana do Recife vem se comportando bem, a partir do ano de 2004 experimentando uma longa trajetória de crescimento, com uma perspectiva de alta de mais de 10%.

A - O comércio pernambucano tem empregado quantas pessoas nos últimos anos?
U.C – Segundo estudos do SEBRAE de 2006, o comércio no Nordeste corresponde a 33,51% dos empregos formais, o que corresponde a 338.428 vagas ocupadas. Já em Pernambuco o total de empregados nas pequenas empresas é 197.128, dos quais 67.639 do comércio 34,31% do total.
A - Quanto do PIB pernambucano corresponde ao comércio?
U.C – De acordo com os dados do Condepe/Fidem para 2002 e 2007 do total das atividades econômicas de Pernambuco o comércio corresponde por quase 15% do total gerado.
A - Que área do comércio local tem maior desenvolvimento?
U.C – O desenvolvimento do estado de Pernambuco passa pelo reconhecimento de todas as suas áreas de influência como, por exemplo, na RMR com o pólo de serviços (médico, gastronômico, educacional, turismo), o Porto de Suape, o Gesso do Araripe, as Confecções do pólo de Caruaru, as Frutas da Região de Petrolina etc. Mas nos últimos anos o motor do comércio de Pernambuco tem se voltado para as potencialidades do Porto de Suape que tem dinamizado a indústria naval brasileira e liderado recordes de contratação de pessoal e de construções.
A - Existe mão-de-obra qualificada para acompanhar o crescimento do comércio?
U.C – O Brasil atualmente está tendo um crescimento expressivo do produto, da renda e do comércio. Com a dinamização da demanda interna e principalmente com a demanda dos projetos de infra-estrutura e a instalação de novas empresas aumenta a procura por mão de obra técnica qualificada. E como não existe no mercado pessoal qualificado na velocidade que as oportunidades vão surgindo às empresas acabam perdendo competitividade, e isso acontece tanto no Brasil quanto em Pernambuco.
A - Qual a importância das pequenas e micro empresas para o desenvolvimento do comércio Pernambucano?
U.C – As micro e pequenas empresas são importantes por empregarem muita mão de obra, além de constituir a maior parte dos estabelecimentos. No Brasil o comércio corresponde a 98% dos estabelecimentos de micro e pequenas empresas, segundo estudo do Sebrae Nacional e o DIEESE, o que comprova a dimensão e importância das micro e pequenas empresas.
A - O que tem sido feito para que as micros e pequenas empresas acompanhem o crescimento do comércio pernambucano?
U.C – Os resultados das pesquisas têm sido um valioso instrumento para que as empresas acompanhem o crescimento do comércio podendo servir de parâmetro para o comportamento individual. As empresas, ao se compararem com o resultado do índice global, podem fazer uma avaliação crítica dos seus resultados tendo por base uma informação estatística de uma amostra significativa de empresas.